terça-feira, 15 de dezembro de 2009

entre os dedos



Pobres das flores

Incautas e belas

Que me caem nas mãos

Nessas mãos desastrosas

Que a beleza devora

E esfrega entre os dedos

Esfaceladas entre a boca e o nariz



Pobre das mãos que não

sabem ser delicadas

Que a tudo esfarelam

E cheias de marcas

rosáceas choram as mágoas

De um espinho



Pobre pobre das flores

Que essas mãos devoram

Pobre, mãos tão pobres

Que nunca se perdoam

Pobres que a tudo matam

e que nunca morrem



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