Pobres das flores
Incautas e belas
Que me caem nas mãos
Nessas mãos desastrosas
Que a beleza devora
E esfrega entre os dedos
Esfaceladas entre a boca e o nariz
Pobre das mãos que não
sabem ser delicadas
Que a tudo esfarelam
E cheias de marcas
rosáceas choram as mágoas
De um espinho
Pobre pobre das flores
Que essas mãos devoram
Pobre, mãos tão pobres
Que nunca se perdoam
Pobres que a tudo matam
e que nunca morrem